Instando Absolvição

Falemos da experiência ou da falta de tato e comiseração nas pequenas ambiências, moradias adiadas por um sentido obliterado dos termos, palavras vãs, cascatas, supremos gostos, validades, fulgores, risos de deuses bem dispostos, chuva, na maioria das vezes, apodrecendo os sentidos, mastigação do riso por cada um dos intervalos.

O Sentimento de Culpa, José Maria de Aguiar Carreiro

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Três Estações

31 de jul. de 2010


Um dia – e este dia,
Devo dizer que chegou –
Minha presença, calmaria
Se tornou.

Se tornou vazio,
Enquanto do limbo,
Minhas asas quebradas
Me impediam de voar.
Atrapalhadas.

Porque na primavera,
Eu poderia regar seu jardim.
Quisera,
Você desse uma flor para mim.

No inverno,
Eu fui sua lareira.
Que espreitava sorrateira
Em seu cobertor.

No outono,
Varri todas as folhas de sua varanda,
E com um cheiro de lavanda,
Você gostava de mim.

Mas então o verão chegou,
Não varri,
Não aqueci,
Não consegui mais regar seu jardim,
E você apenas disse que esta estação não foi feita para mim.

Por Mariana 'Scuse' Travain


N/A: Eu definitivamente não gostei, mas enfim...
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Tempestade



Lágrimas escorrem do meu rosto por tua causa. E eu sei que a culpa não está te corroendo, pois você nem ao menos é capaz de senti-la. Você apenas cava um buraco fundo e se enterra, com sua expressão monótona e seu mútuo silêncio.

Quando chove é sempre assim, você corre para seu buraco e eu permaneço derramando lágrimas escondidas. Você sabe que a tempestade não passa rápida e não pense que é por isso que você não consegue me olhar e ter uma simples conversa.

E quando eu vejo-o relampejar lá fora sei que você não compreende as chances que lhe restam para reverter a situação. Porque a tempestade chegou tão rápida como não vai permanecer e agora nós somos dois trovões confusos a trovejar contra nós mesmos. Nosso céu se tornou negro e cheio de nuvens.

Agora eu estou acabada.

Você permanece sem culpa.

Porém, a tempestade já passou.

Mas tudo indica que irá regressar.


And no, oh, how could you do this? An oh, I never saw it coming. 'Cause when it rain, you always find an escape just running away.
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About Believe...

29 de jul. de 2010

Our biggest problems fade when we believe in things. I guess we just need something to believe to fool ourselves and don't progress, people can't face reality.
M. 'Scuse' Travain


Nossos maiores problemas desaparecem quando acreditamos em coisas. Eu acho que nós apenas precisamos de algo para acreditar para nos fazermos de bobos e não progredir, pessoas não conseguem encaram a realidade.)
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Sex on Fire

26 de jul. de 2010



9 Crimes - Prólogo

A imensidão do negro, que era apenas quebrado por uma vela que se encontrava em seus últimos momentos de iluminação, era assustadora. Esta vela iluminava o contorno de dois corpos tão frágeis no chão. Eram tão rígidos quanto o inverno, o único movimento era apenas a respiração descompassada de ambos.
O suor percorria a pele pálida dos dois e seus olhos encaravam um ao outro com desdém. A lareira seria uma boa amiga naquele momento, porém ambos não faziam questão de acendê-la.
A garota, que tinhas vestígios de tristeza nos olhos, se contraia em uma tentativa falha de afastar o frio. O jovem ao seu lado desdenhava de sua ignorância e mantinha os olhos assustadores na vela acesa.

― Foi você que provocou isso, sabia? ― ela disse com a voz extremamente rouca e inválida, fazendo sua garganta arder mais que o inferno. Ela o encarava procurando alguma humanidade naqueles olhos, que formavam um caleidoscópio de lembranças nem um pouco agradáveis. A íris que era tão escura nas extremidades e uma mescla de azuis e verdes quase brancos perto da pupila. Aqueles temerosos olhos que suplicavam à luz da vela.

Ele por um momento voltou a encará-la como se tudo o que ele fizera não fosse nada. E esse nada era ela, aquele silêncio que ela ousou quebrar e que agora tornava tudo tão mais perto de acontecer. Aquele momento que por tantas vezes não foi nada para ele, que se tornou um ciclo vicioso, que acabaria aquela noite, mas ainda assim era nada.

― Você sabe que não me importou em algum momento sua presença? ― disse ele ríspido ― Tudo o que eu fiz não foi por você e não senti piedade em vê-la mal por causa de tudo. Mas ao mesmo tempo não tive sequer qualquer deleite em vê-la se arruinar.

Os próximos segundos se tornaram silêncio novamente e o espaço que os separavam era maior a cada instante, a dor na respiração dela aumentava e ambos sentiam o sangue quente, pela primeira vez, que percorria de forma lenta e torturante os corpos que alternavam de temperatura. O atrito com o chão já não era o suficiente, o suor não significava o calor. Mesmo que as palavras dele fossem jogadas com ódio, eram talvez as mais doces que ele havia dito para ela, as mais sinceras, as que possuíam algum vestígio sentimentalista.

― Eu te mereço e sei disso. Eu provoquei tudo isso e minha mente não se pronunciou sobre o lado ruim de tudo nenhuma vez. ― ele murmurou tentando transformar o silêncio em palavras dadas ao vento. Suas últimas confissões. ― Eu não te amo, você sabe disso. Mas tua falta me proporcionou tanto desejo que a cada pensamento sobre ti me parecia errado e me fazia querer mais atrito, mais sussurros, mais gemidos e mais gritos de dor. Porque eles sim me levavam a cometer qualquer crime, mesmo que pequeno, que rompesse esse momento de paz, ― naquele momento a única fonte de luz do quarto foi desfeita pelo vento e assim ele pode sussurrar o fim ― que sempre vinha contigo.

***
Hey folks! Se gostarem, comentem, se não gostarem também comentem haha... Esse é o prólogo de uma das minhas histórias. Aqui no blog eu vou postar ela original, mas se você quiser pode ler interativa (as pessoas do sexo feminino... mas se ocê for do sexo masculino é só responder as pergutar como se fosse a menina que for ler), enfim qualquer dúvida, me pergunte...
Saiba como habilitar o script do computador (para poder ler a história interativa) clique aqui.
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Cannonball

22 de jul. de 2010


Stones taught me to fly
Love taught me to lie
Life taught me to die
So it's not hard to fall
When you float like a cannonball
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Absolvição

20 de jul. de 2010




Refrigério.
Fogo percorrendo ossos.
Lábios percorrendo corpos.
Dedos procurando cigarros.
Desejo procurando fracasso.

Ausência.
Medo escondendo males.
Confusão situada em pares.
Suor misturando lágrimas.
Abstinência tecendo lástimas.

Monotonia.
Cigarros transmitindo desejos.
Indiferença transmitindo beijos.
Lágrimas transmitindo depressão.
Sentimentos instando absolvição.

Mariana 'Scuse' Travain


***

O que acharam? Sério, é uma das minhas poucas poesias que me deixaram satisfeitas =)
So nevermind the darkness, we still can find a way... 'Cause nothing lasts forever... Even cold November Rain.