Instando Absolvição

Falemos da experiência ou da falta de tato e comiseração nas pequenas ambiências, moradias adiadas por um sentido obliterado dos termos, palavras vãs, cascatas, supremos gostos, validades, fulgores, risos de deuses bem dispostos, chuva, na maioria das vezes, apodrecendo os sentidos, mastigação do riso por cada um dos intervalos.

O Sentimento de Culpa, José Maria de Aguiar Carreiro

Sex on Fire

26 de jul. de 2010



9 Crimes - Prólogo

A imensidão do negro, que era apenas quebrado por uma vela que se encontrava em seus últimos momentos de iluminação, era assustadora. Esta vela iluminava o contorno de dois corpos tão frágeis no chão. Eram tão rígidos quanto o inverno, o único movimento era apenas a respiração descompassada de ambos.
O suor percorria a pele pálida dos dois e seus olhos encaravam um ao outro com desdém. A lareira seria uma boa amiga naquele momento, porém ambos não faziam questão de acendê-la.
A garota, que tinhas vestígios de tristeza nos olhos, se contraia em uma tentativa falha de afastar o frio. O jovem ao seu lado desdenhava de sua ignorância e mantinha os olhos assustadores na vela acesa.

― Foi você que provocou isso, sabia? ― ela disse com a voz extremamente rouca e inválida, fazendo sua garganta arder mais que o inferno. Ela o encarava procurando alguma humanidade naqueles olhos, que formavam um caleidoscópio de lembranças nem um pouco agradáveis. A íris que era tão escura nas extremidades e uma mescla de azuis e verdes quase brancos perto da pupila. Aqueles temerosos olhos que suplicavam à luz da vela.

Ele por um momento voltou a encará-la como se tudo o que ele fizera não fosse nada. E esse nada era ela, aquele silêncio que ela ousou quebrar e que agora tornava tudo tão mais perto de acontecer. Aquele momento que por tantas vezes não foi nada para ele, que se tornou um ciclo vicioso, que acabaria aquela noite, mas ainda assim era nada.

― Você sabe que não me importou em algum momento sua presença? ― disse ele ríspido ― Tudo o que eu fiz não foi por você e não senti piedade em vê-la mal por causa de tudo. Mas ao mesmo tempo não tive sequer qualquer deleite em vê-la se arruinar.

Os próximos segundos se tornaram silêncio novamente e o espaço que os separavam era maior a cada instante, a dor na respiração dela aumentava e ambos sentiam o sangue quente, pela primeira vez, que percorria de forma lenta e torturante os corpos que alternavam de temperatura. O atrito com o chão já não era o suficiente, o suor não significava o calor. Mesmo que as palavras dele fossem jogadas com ódio, eram talvez as mais doces que ele havia dito para ela, as mais sinceras, as que possuíam algum vestígio sentimentalista.

― Eu te mereço e sei disso. Eu provoquei tudo isso e minha mente não se pronunciou sobre o lado ruim de tudo nenhuma vez. ― ele murmurou tentando transformar o silêncio em palavras dadas ao vento. Suas últimas confissões. ― Eu não te amo, você sabe disso. Mas tua falta me proporcionou tanto desejo que a cada pensamento sobre ti me parecia errado e me fazia querer mais atrito, mais sussurros, mais gemidos e mais gritos de dor. Porque eles sim me levavam a cometer qualquer crime, mesmo que pequeno, que rompesse esse momento de paz, ― naquele momento a única fonte de luz do quarto foi desfeita pelo vento e assim ele pode sussurrar o fim ― que sempre vinha contigo.

***
Hey folks! Se gostarem, comentem, se não gostarem também comentem haha... Esse é o prólogo de uma das minhas histórias. Aqui no blog eu vou postar ela original, mas se você quiser pode ler interativa (as pessoas do sexo feminino... mas se ocê for do sexo masculino é só responder as pergutar como se fosse a menina que for ler), enfim qualquer dúvida, me pergunte...
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So nevermind the darkness, we still can find a way... 'Cause nothing lasts forever... Even cold November Rain.